O número de diabéticos no Brasil cresceu 61,8% entre 2006 e 2016, afetando, hoje,
mais de 16 milhões de brasileiros. E, influenciada por fatores como hábitos
alimentares pouco saudáveis e sedentarismo, a diabetes tipo 2 corresponde a uma
boa parcela desse número.
Com esse crescimento, crescem também os desafios dos nutrólogos,
endocrinologistas e dos próprios pacientes para que a condição não se torne um
fardo no dia a dia.
Afinal, não se trata só de começar a tomar medicamentos, se exercitar e fazer dieta.
O processo é muito mais complexo, e envolve muito mais fatores, inclusive
emocionais, que também devem ser avaliados.
O desafio dos diabéticos
Governos, comunidades médicas e ONGs constantemente alertam a população
sobre os riscos do diabetes não controlado. Apesar disso, um dos grandes desafios
tanto para os pacientes quanto para os profissionais da saúde continua sendo a
baixa adesão ao tratamento da doença.
Não é fácil, afinal, lidar com as mudanças significativas na rotina de quem sofre com
a condição. Em se tratando, especialmente, da diabetes tipo 2, essas mudanças
implicam em um novo estilo de vida, na revisão de escolhas alimentares e, caso o
indivíduo seja sedentário, na aderência à prática constante de exercícios físicos, por
exemplo.
Sobretudo, transformar o controle glicêmico em um hábito não é algo que vai
acontecer da noite para o dia, e não envolve só o portador da diabetes. Família,
amigos próximos e até os colegas de trabalho passam a acompanhar seu cotidiano,
o que às vezes pode implicar em sentimentos de culpa, vergonha e baixa
autoestima.
Mas o abandono do tratamento da diabetes tipo 2 pode ter consequências graves e,
por vezes, fatais. Se a princípio a doença é silenciosa e não apresenta sintomas,
quando ela não é controlada a longo prazo, o risco de aumento da pressão arterial,
infarto, derrame, insuficiência renal e até amputações dos membros inferiores é
consideravelmente elevado.
Logo, encontrar formas de tornar esse processo menos angustiante é parte do
trabalho dos pesquisadores e profissionais de saúde. E um aliado que vem
chamando a atenção por auxiliar no controle glicêmico, a principal dificuldade dos
diabéticos, é o picolinato de cromo.
O que é o picolinato de cromo
O cromo é um mineral essencial que pode ser encontrado em alimentos como
carnes bovinas, frango e frutos do mar, ovos, leite e derivados, grãos integrais,
frutas, vegetais e leguminosas.
Alguns estudos observaram que ele contribui, dentre outras coisas, para a
regulação da glicose, aumentando a sensibilidade à insulina, hormônio responsável
pelo metabolismo do açúcar no corpo.
Já o picolinato de cromo é a forma sintética do cromo, absorvido mais facilmente
pelo organismo e vendido como uma alternativa de suplementação para quem tem
dificuldade de controlar a taxa de glicose no sangue – daí seu potencial uso para o
tratamento da diabetes tipo 2.
Como a suplementação com picolinato de cromo pode ajudar
diabéticos
A hiperglicemia, especialmente a hiperglicemia pós-prandial – isto é, que ocorre
após a alimentação -, está associada a um aumento do risco de doenças
cardiovasculares em indivíduos com diabetes tipo 2.
De acordo com a Associação Americana de Diabetes, as diretrizes para o controle
glicêmico são:
● Glicemia em jejum: 70 a 99 mg/dL
● Glicemia pós-prandial (até 2 horas após alimentação): 70 a 140 mg/dL
Em um estudo conduzido com suplementação com picolinato de cromo, publicado
no Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, averiguou-se que ele pode
ser um importante aliado no combate contra as principais dificuldades de quem
sofre com essa condição.
Além de melhorar o controle glicêmico, foi observado que a redução da glicemia
pós-prandial em função da suplementação de 600 microgramas por dia do
composto pode ter efeitos significativos na diminuição do risco de complicações de
natureza cardiovascular a longo prazo.
Outra descoberta importante foi a redução significativa de HbA1c, ou hemoglobina
glicada. A hemoglobina glicada é um importante parâmetro utilizado para avaliar o
controle glicêmico a longo prazo.
Quando mais alta, indica maiores riscos de problemas como doença renal
e neuropatia, além dos distúrbios cardiovasculares.
Tais resultados são oriundos da administração contínua de agentes anti-
hiperglicêmicos, como o picolinato de cromo, e da orientação nutricional em
pacientes diabéticos, o que, quando combinados, pode ter melhorado o
metabolismo de carboidratos e alimentos de alto índice glicêmico, em geral.
Assim, diante de tais dados, conclui-se que o picolinato de cromo, ministrado
suplementarmente, tem um efeito benéfico sobre controle glicêmico em pacientes
com diabetes tipo 2 e, portanto, pode ser uma possibilidade promissora de
tratamento, dada sua eficácia e potencial de adesão.
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