Quando estamos muito tristes, estressados ou ansiosos, parece que rola uma vontade incontrolável de atacar a despensa, não é? E embora saibamos que o autocontrole é especialmente importante nessas horas, às vezes temos a impressão de que só a comida nos entende.
Você já se perguntou por que isso acontece?
Por que a comida parece me fazer feliz?
Recentemente, um estudo conduzido pela NYU Langone Medical Center, nos Estados Unidos, mostrou que o aumento na secreção de insulina estaria associado a um aumento na liberação de dopamina, o que justificaria a sensação de prazer que sentimos quando comemos um pedaço de bolo de chocolate, por exemplo.
De acordo com os pesquisadores, a razão disso é que o aumento da glicemia provocado pela ingestão de alimentos de maior índice glicêmico, e o subsequente pico de insulina, ativaria o sistema de recompensas do nosso cérebro, liberando, assim, hormônios associados ao bem-estar.
Se feita ocasionalmente e de forma moderada, essa ativação não chega a ser negativa. O problema é que, quando o sistema de recompensas é ativado com muita frequência, e em situações de vulnerabilidade, pode gerar um ciclo vicioso.
Imagine se toda vez que você estiver em uma situação de tristeza, ou estresse, resolver apelar à comida para se sentir melhor. Não só vai ensinar o seu cérebro a associar essas emoções a hábitos alimentares ruins, como vai viciar o seu sistema de recompensas.
Logo, um pedacinho só de bolo não vai ser o bastante.
Como o estresse afeta o corpo e a alimentação?
Por outro lado, sabemos que o bem-estar mental e o bem-estar físico se intersectam. Assim, a interferência do estresse emocional no equilíbrio metabólico também exerceria grande influência sobre a compulsão alimentar.
Acontece que, quando você está estressado, seu corpo entra no modo de defesa. Assim, o organismo funciona como se estivesse sob ataque, e libera glicose para o sangue, para fornecer energia aos músculos.
Mas se você não precisa dessa energia para fugir do perigo, porque não existe uma ameaça real à sua vida, o pâncreas vai secretar insulina para fazer com que o nível de açúcar no sangue volte ao normal.
E aí, como vimos mais acima, o aumento da insulina, associado à queda da glicose, fará com que você sinta mais fome do que normalmente sentiria se não estivesse estressado, despertando a vontade de ingerir alimentos de alto índice glicêmico para satisfazer o corpo.
Trata-se, portanto, de um fenômeno muito mais complexo do que aparenta, e é por isso que muitas vezes a força de vontade não basta para resistir à tentação de “assaltar a geladeira”.
Mas existem outros caminhos que você pode seguir, com resultados mais saudáveis, para conter essa compulsão.
O que fazer para não descontar os problemas na comida?
Os exercícios físicos não só ajudam a regular os níveis de insulina e glicose no seu metabolismo, sendo, inclusive, indicados para indivíduos diabéticos como forma de auxiliar no tratamento; eles também têm se mostrado grandes aliados no combate ao estresse e outros transtornos.
A otimização das funções dos neurotransmissores, incluindo a dopamina, é um vários mecanismos que explicam os efeitos benéficos do exercício na função cerebral. Isso significa que os exercícios melhoram a transmissão de sensações boas ao cérebro, beneficiando fatores como a autoestima e a disposição diária.
Além disso, a ativação do sistema de recompensas em função dos exercícios também é um aspecto altamente positivo dessa alternativa.
Recorrer aos treinos, e não à comida, para se sentir melhor certamente gera resultados muito mais saudáveis!
Porém, é importante ressaltar que os exercícios, sozinhos, não vão tratar problemas mais sérios. Se você sofre de estresse crônico, ansiedade ou depressão, por exemplo, é imprescindível a consulta com um profissional de saúde mental. O que os exercícios podem fazer, nesses casos, é auxiliar em um tratamento.
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