Devemos excluir o leite da dieta? Por quê?

Devemos excluir o leite da dieta? Por quê?

A ingestão de leite tem sido alvo de controvérsia, devido, em grande parte, à teoria
de que ele não é bem digerido pelo corpo humano, uma vez que não estaríamos
“biologicamente preparados” para seu consumo.

 

Soma-se a isso o fato de que há uma quantidade considerável de pessoas ao redor
do mundo que é intolerante à lactose, ou apresenta algum tipo de instolerância ao
leite. Com isso, temos uma cenário pronto pronto para a polêmica.

 

Afinal, não são poucas a recomendações para cortar leite e seus derivados da dieta
– especialmente o leite de vaca.

 

Mas será que ele faz, de fato, mal à saúde? Todo esse receio procede?

Vamos descobrir!

Nós realmente “não precisamos” tomar leite?

O leite de vaca é uma importante fonte de nutrientes para da nossa alimentação
uma vez que é rico em proteínas e minerais. Além disso, é abundante em vitamina
B2, biotina e vitaminas A e D, quando integral.

 

Mas o mais importante é que os produtos lácteos são a melhor fonte de cálcio para
os seres humanos – mineral essencial para a saúde óssea e, consequentemente,
para a prevenção de diversos problemas associados à ossatura, como a
osteoporose.

 

Ainda que se possa obter cálcio de alimentos alternativos, como brócolis, nozes e
algumas sementes, leite e seus derivados ainda são a alternativa dietética mais
eficaz para este propósito.

 

Logo, sua ingestão por indivíduos que não apresentam intolerância à lactose, em
verdade, é nutricionalmente benéfica.

 

O leite ajuda no combate à síndrome metabólica

A Síndrome Metabólica é um transtorno caracterizado pela resistência à insulina e
obesidade abdominal. Se não for devidamente tratada, suas condições aumentam o
risco de doença cardíaca, AVC e diabetes.

 

Graças a uma crença comum de que o leite e seus derivados contêm altos níveis de
gordura saturada, e de que essa gordura é essencialmente prejudicial à saúde, seu
consumo já foi negativamente associado tanto à síndrome quanto a suas possíveis
consequências.

 

Porém, uma revisão e meta-análise publicada recentemente no British Journal of
Nutrition, foi observado que o consumo de leite e laticínios não só não estimula os
sintomas da Síndrome Metabólica como, pelo contrário, parece reduzi-los.

 

Dentre os indicadores comuns da Síndrome Metabólica, além da gordura
abdominal, temos:

● altos níveis de triglicérides no sangue;
● altos níveis de colesterol no sangue;
● pressão alta;
● hiperglicemia.

 

E de acordo com o estudo, a ingestão de leite foi relacionado a um risco 12% menor
de obesidade abdominal e um aumento de 100g diários no consumo de iogurte foi
associado a um risco 16% menor de hiperglicemia.

 

Além disso, acredita-se que as proteínas, aminoácidos, ácidos graxos de cadeia
média e principalmente o cálcio presentes no leite e derivados podem contribuir com
efeitos benéficos para o tratamento da síndrome por meio da diminuição da massa
corporal e, sobretudo, da massa gorda.

 

Outro ponto que vale ser destacado é que, ao contrário do que se acredita, a
gordura saturada não faz mal à saúde, se consumida moderadamente. De todo
modo, existem lácteos desnatados que praticamente não contêm gordura e outros
que têm porcentagens modestas (o leite integral tem em torno de 4 g de gordura
saturada e um iogurte natural não-desnatado tem ao redor de 0,9 g, por exemplo.)

 

Mais do que isso, evidências científicas têm mostrado que as gorduras provenientes
do leite trazem benefícios para a saúde.

 

Quando não tomar leite?

O consumo de leite e laticínios deve ser restringido por pessoas com
hipersensibilidade às proteínas e aminas biogênicas contidas no leite de vaca,
intolerância à lactose e galactosemia doença na qual o corpo de um indivíduo não
consegue metabolizar galactose (um açúcar do leite) em glicose.

 

Aliás, existe uma confusão entre intolerância à lactose e alergia ao leite (ou
hipersensibilidade ao leite). A primeira se refere à incapacidade de digerir a lactose
devido à deficiência ou ausência da enzima lactase.

 

Já a alergia alimentar é decorrente de uma reação do sistema imunológico a
proteínas ou parte dessas moléculas, provocando a liberação de anticorpos,
histamina e outros agentes defensivos. A hipersensibilidade ao leite está
relacionada, portanto, com a fração proteica do leite e é uma doença quase
que exclusiva dos bebês em fase de amamentação e da infância, normalmente
desaparecendo entre os 3 e 4 anos de idade.

 

Pessoas saudáveis e tolerantes à lactose, por outro lado, não têm por que se
preocupar com o consumo de leite e seus derivados. Assim como ocorre com o
glúten, casos específicos não devem servir de exceção para todos.

 

É por isso que a consulta com um profissional especializado de nutrição é essencial.
Assim, você conta com orientações individualizadas conforme as suas
necessidades e seu estilo de vida!

 

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