Fortalecendo o sistema imunológico contra o coronavírus: sem soluções milagrosas, apenas o equilíbrio nutricional

Sistema imunológico contra o coronavírus

Fortalecendo o sistema imunológico contra o coronavírus: sem soluções milagrosas, apenas o equilíbrio nutricional

Se você se aventurar um pouco pela Internet, certamente encontrará propagandas abordando soluções milagrosas como forma de prevenção ao contágio do novo coronavírus. A verdade é que não existem protocolos técnicos, nem evidências científicas que sustentem tais alegações. 

A recomendação para este momento resume-se na mesma recomendação para qualquer período da vida: fazer dos alimentos naturais ou minimamente processados a base de uma alimentação mais equilibrada e saudável. 

Isso porque, uma alimentação baseada, por exemplo, em frutas, verduras e legumes – que são ricos em micronutrientes (vitaminas e minerais), além de compostos bioativos (nutriente ou não nutriente que possui ação metabólica ou fisiológica específica no organismo humano, como por exemplo, os, carotenóides, flavonóides, as fibras, entre outros) -, favorecem uma eficiência melhor do sistema imunológico.

Dentre as diversas funções orgânicas desempenhadas pelo nosso corpo, a imunidade é uma das estruturas mais importantes no processo de preservação da vida. Com isso em dia, uma coisa é certa: o combate à Covid-19 será muito menos assustador do que poderia.

Como o equilíbrio nutricional fortalece o sistema imunológico?

Os anticorpos são proteínas e todo processo de defesa imunológica depende do bom estado nutricional relacionado a proteínas e a fonte energética. A ação do sistema imunológico, fabricando anticorpos e a ação dos próprios anticorpos exigem gasto energético. Assim, uma alimentação equilibrada é fundamental para que os anticorpos sejam sintetizados e possam cumprir sua função de proteger o organismo.

Essa é a lógica aliada das células de defesa. Alguns nutrientes, quando consumidos em quantidade adequada, podem aumentar o número dessas células no corpo e estimular a ação delas quando o organismo se depara com um quadro de infecção. Entende-se por nutrição todos os processos envolvidos desde a ingestão dos alimentos, até sua absorção e aproveitamento dos nutrientes pelo organismo. Mas para serem aproveitados, esses alimentos precisam ser antes metabolizados. 

As funções metabólicas do indivíduo são realizadas principalmente pelo fígado. Dentro deste órgão moram milhares de hepatócitos e junto com essas células metabólicas está ainda uma das maiores populações imunes do organismo, formada principalmente por macrófagos. Essas células atuam como sentinelas constantes, eliminando microrganismos infecciosos e também substâncias tóxicas que ingerimos, como carboidratos refinados, gordura e álcool, por exemplo.

Imunonutrição: como melhorar sua imunidade

Uma boa hidratação do corpo é fundamental para manter a imunidade em alta. O organismo humano é composto em sua maior parte por água. Ela é essencial para que todas as reações bioquímicas ocorram perfeitamente nas células, em especial quando ficamos doentes. Ingerir uma quantidade média de água, que varia de 1,5 litro a 2 litros por dia, ou até mais, caso não se tenha restrições, é sempre bom para a saúde.

Assim como um exército, as células de defesa do nosso corpo dependem de material para o embate. Vitaminas são essenciais para a saúde geral do organismo. Porém, algumas vitaminas específicas se destacam quanto à sua ação sob o sistema imunológico, principalmente no contexto do coronavírus:

  • Vitamina C: é um dos nutrientes mais importantes para a eficiência da resposta imune. É capaz de estimular a produção dos linfócitos, auxiliando o organismo a reconhecer os agentes invasores, e, em consequência, favorecer a produção de anticorpos. É eficaz na prevenção de infecções virais, principalmente das vias respiratórias;
  • Vitamina A: além de estimular a produção dos linfócitos, essa vitamina possui ação extremamente benéfica sob a pele e as mucosas que funcionam como barreira contra microrganismos nocivos. Também tem ação antioxidante, que combate a degeneração celular e o surgimento de doenças crônicas;
  • Proteínas: desempenham um papel fundamental na eficiência do sistema defensor. A deficiência de proteínas está ligada, inclusive, à casos de desnutrição e, consequentemente, à queda da eficiência do sistema imune;
  • Arginina: um aminoácido que também apresenta capacidade de estimular o sistema imune, é necessária para defesa contra vírus, bactérias, fungos e parasitas;
  • Zinco: esse mineral é necessário na ação anti-inflamatória, isso o torna essencial na função imunológica, sua deficiência promove dificuldade na reparação de tecidos, o que aumenta o tempo de convalescença em algumas doenças;
  • Vitamina E: eficaz na resposta anti-inflamatória, também protege as membranas celulares e a formação saudável dos linfócitos graças à seu poder antioxidante.

Vale ressaltar que o caminho nutricional deve ser natural. Não estamos falando nada de suplementação. A alimentação saudável contempla o equilíbrio de todos esses nutrientes. Sem exageros.

Para atingir tais objetivos, é sempre recomendado o acompanhamento de um profissional que entenda o seu perfil e o seu organismo para montar da melhor maneira possível uma dieta que equilibre seu sistema imunológico.

O que prejudica o sistema imunológico

Além de uma dieta que favoreça o fortalecimento do sistema imune é importante combater eventos que prejudicam a ação das defesas do organismo. Situações como estresse, sedentarismo e o consumo excessivo de álcool também podem reduzir a capacidade de combater doenças, sobretudo o coronavírus.

Os alimentos ricos em gordura saturada, sal, açúcar e aditivos químicos contribuem para o ganho de peso, elevam o riscos de problemas de saúde e podem afetar a imunidade, conforme apontou um estudo publicado no Nutrition Journal. 

Quando o corpo é inundado dessas substâncias, aumenta-se a inflamação no organismo, ao mesmo tempo em que diminui a capacidade do sistema imune de responder a esse ataque e controlá-lo. Sem falar que ao comer esses tipos de comida você deixa de ingerir alimentos ricos em vitaminas e antioxidantes importantes para o bom funcionamento da resposta imune, como foi dito.

Dormir poucas horas frequentemente também geram um grande estresse no organismo. Após um tempo, isso tende a aumentar o nível de citocinas (moléculas mediadoras de inflamação), que causam um prejuízo nas células de defesa.

Por fim, o tabagismo altera a função mucociliar, sistema composto pelo muco e por células com cílios responsáveis por varrer germes e sujeiras que entram no corpo por meio da respiração. Isso altera a capacidade do organismo em eliminar agentes infecciosos por meio de vias respiratórias, o maior meio de contaminação do coronavírus.

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