Frutose e triglicérides: qual a relação? E qual o risco?

Frutose e triglicérides: qual a relação? E qual o risco?

A lipemia pós-prandial é um processo metabólico complexo e dinâmico, que envolve
alteração de lipídeos e lipoproteínas após uma ou mais refeições. Esse fenômeno é
caracterizado, dentre outras coisas, pelo aumento nos níveis de triglicérides, de
modo que tem sido apontado como fator de risco para a aterosclerose.

 

O aumento excessivo de triglicérides após as refeições também está associado ao
aumento da mortalidade e do risco de diabetes tipo 2, devido à redução da
sensibilidade à insulina e à ocorrência de disfunção endotelial pelo aumento do
estresse oxidativo. A disfunção endotelial, por sua vez, está ligada a diversas
alterações vasculares, como hipertensão arterial e hiperlipidemia (excesso de
gordura no sangue).

 

Naturalmente, fatores dietéticos variados, como refeições ricas em açúcar, podem
piorar essa resposta metabólica. Mais recentemente, suspeita-se que a frutose
também possa interferir negativamente nos níveis de triglicérides pós-prandiais.
Diante disso, e considerando o que sabemos hoje sobre o relevante papel que os
triglicerídeos exercem sobre a saúde arterial, neste artigo vamos nos aprofundar um
pouco mais na frutose e sua provável relação com a lipemia pós-prandial.

Acompanhe!

 

O QUE É A FRUTOSE

Muitos acreditam que a frutose é apenas o açúcar proveniente das frutas. Em parte,
isso é verdade. Mas nós também temos a frutose derivada do milho, presente em
vários produtos industrializados, como ketchup, refrigerantes, bebidas energéticas,
cereais, biscoitos, bolos, sorvetes e afins. É a ela que nos referimos neste texto.
Trata-se de um xarope de milho, muitas vezes geneticamente modificado, usado
como adoçante artificial, o que faz com que a frutose também seja uma importante
contribuinte para os aumentos nos níveis de obesidade. Dentre suas principais
fontes, temos:

Alimentos ultraprocessados: comidas congeladas, enlatados, macarrão
instantâneo, sorvete, doces, etc.;

Bebidas processadas: refrigerantes e sucos industrializados;

Molhos e coberturas: molhos de churrasco, geleias de frutas, caramelo e
caldas.

Esses alimentos são consumidos pela maioria da população, das crianças aos
adultos, e em quantidades cada vez maiores, já que são alimentos práticos e
acessíveis, condizentes com a correria do dia a dia.

 

FRUTOSE E TRIGLICÉRIDES

Em uma meta-análise publicada no British Journal of Nutrition, observou-se que o
consumo excessivo de frutose causa maior variação da concentração de
triglicérides após as refeições quando comparado com outros carboidratos (a
glicose ou o amido). Além disso, diferentes estudos mostraram que dietas ricas em
frutose induzem alterações no metabolismo lipídico tanto em indivíduos no peso
ideal quanto naqueles com sobrepeso ou obesos.

 

Dietas ricas em frutose também estão associadas à redução da sensibilidade à
insulina, mesmo em doses moderadas (40g por dia) e à diminuição da oxidação de
gordura, o que pode culminar no acúmulo de gordura nas paredes arteriais e, em
casos mais graves, levar ao infarto.

 

Assim, a pesquisa conclui que, como a ingestão crônica de frutose pode promover
alterações nos níveis de gordura no sangue, bem como um aumento significativo
dos triglicérides no período pós-prandial – ambos fatores de risco para mortalidade –
é de suma importância limitar sua ingestão, especialmente através das bebidas
industrializadas.

 

Isso reforça, mais uma vez, a necessidade de se aderir a uma dieta saudável e
a um plano de exercícios físicos, tanto como meio para tratamento quanto
para prevenção.

 

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