O preço da comida influencia no aumento de peso?

O preço da comida influencia no aumento de peso?

A obesidade é um problema social.
Com números cada vez maiores de indivíduos sofrendo do transtorno ao redor do
mundo – e, agora,com taxas crescentes de mulheres obesas em países em
desenvolvimento – é preciso pensá-la não só sob o viés da saúde física e mental,
mas sim questionar de que forma a saúde está associada, também, a questões
socioeconômicas.

 

Vamos lá?

COMO A ECONOMIA BRASILEIRA INFLUENCIA OS
ÍNDICES DE OBESIDADE

No Brasil, de acordo com pesquisas recentes do Ministério da Saúde, o índice de
obesos cresceu 60% em dez anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em
2016.

 

Ainda que seja difícil apontar a principal responsável por esse aumento,
pesquisadores acreditam ter muito a ver com a mudança de hábitos dos brasileiros
ao longo da década, que desenvolveram o costume de consumir mais produtos
industrializados e, consequentemente, mais nocivos à saúde.

 

Percebe a relação?

Com um dia a dia mais corrido, devido às novas condições de trabalho, à vida nas
grandes cidades e à oferta de alimentos “vapt-vupt”, o brasileiro perdeu o hábito de
cozinhar em casa e passou a dar preferência a uma alimentação rápida, em
detrimento da qualidade.

 

Isso implicou em dietas ricas em carboidratos simples, açúcares e gorduras trans –
propulsoras da obesidade.

 

A RELAÇÃO ENTRE PREÇO DOS ALIMENTOS E
OBESIDADE

Mais recentemente, tem-se observado um aumento nas taxas de mulheres obesas
em países emergentes como o Brasil. Um dos fatores que motivaria esse
crescimento, segundo alguns pesquisadores, seria o preço dos alimentos.

 

Em uma análise publicada no International Journal of Obesity, por exemplo,
reparou-se que o aumento nos preços dos alimentos está ligado a um aumento nas
taxas de obesidade entre grupos socioeconômicos superiores. Em contrapartida, o
mesmo não foi observado entre grupos socioeconômicos inferiores (classe C e D).

 

Esse fenômeno, de acordo com o estudo, poderia ser explicado por uma questão
particular aos países de baixa e média renda, onde os domicílios mais pobres são
mais propensos a produzir sua própria comida (e vender qualquer excesso),
enquanto a maioria das famílias ricas tende a consumir de grandes redes
alimentícias.

 

Porém, sujeitos à inflação, os preços desses alimentos se tornam extremamente
voláteis, especialmente em tempos de crise como a que estamos enfrentando, de
modo que alimentos cujo preço é estipulado por quilo (como frutas e legumes) são
dispensados em prol de variedades mais baratas de alimentos que fornecem mais
energia, em vez de mais nutrientes.

 

Em contrapartida, mulheres de baixo nível socioeconômico, que produzem seus
próprios alimentos, podem não ter tanta exposição a esses fatores, o que explicaria por que
não foi observada nenhuma associação entre a inflação dos preços dos alimentos e
obesidade em mulheres desse recorte.

 

Outra possibilidade é que o aumento dos preços pode eliminar o acesso a
determinados alimentos de suas dietas, o que levaria a um menor consumo total de
calorias, reduzindo o peso corporal de mulheres das classes C e D.

 

CONCLUSÃO

A obesidade é uma doença complexa, que vai muito além de “comer besteira” ou se
exercitar pouco.

 

Ao tratá-la, é necessário considerar uma série de aspectos internos e externos,
inclusive os sociais, para delimitar as melhores abordagens e, quem sabe, no futuro,
sermos capazes de preveni-la efetivamente.

 

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