Um estudo publicado recentemente no The Lancet – um dos periódicos científicos
mais importantes do mundo – tem provocado controvérsias e deixado as pessoas
em alerta devido à observação de que a dieta low carb estaria associada a um
maior risco de mortalidade.
Alvo de críticas já há um tempo, esse método é questionado por reduzir – às vezes
consideravelmente – a ingestão de nossa principal fonte de energia, substituindo-a
por outros macronutrientes.
Agora, essa associação coloca ainda mais lenha na fogueira e suscita dúvidas entre
seus adeptos ou aqueles que pensavam em aderir a um plano baseado nas
diretrizes das dietas low carb.
No fim, a grande questão acaba sendo: a dieta low carb é, afinal, maléfica para a
saúde?
O ESTUDO
Considerando uma população de mais de 15 mil pessoas com idades entre 45 e 64
anos, acompanhadas ao longo de 25 anos, o estudo analisou hábitos alimentares e
sua influência sobre a longevidade para averiguar quais as melhores e piores
práticas para a saúde, no geral.
A polêmica conclusão do estudo, no entanto, aponta que a expectativa de vida de
indivíduos que seguiram uma dieta low carb – onde 40% da energia total diária
provinha de carboidratos – ou high carb – onde 70% da energia total diária provinha
de carboidratos – era menor do que a daqueles que seguiram uma dieta onde cerca
de 50% da energia total diária provinha de carboidratos.
Logo, a conclusão natural seria a de que tanto o excesso quanto a baixa ingestão
de carboidratos pode ser prejudicial à saúde.
Porém, algumas nuances do estudo devem ser levadas em consideração.
Primeiro, sua abordagem: por se tratar de um estudo observacional e muito
duradouro, devemos considerar que a dieta dos participantes pode ter mudado ao
longo do tempo, o que interfere diretamente no resultado.
Além disso, um dos pontos principais do estudo não tem tanto a ver com a baixa
quantidade de carboidratos, mas com o excesso de seus substitutos, ou com alguns
cortes específicos. Afinal, “low carb” é um termo bastante abrangente,
especialmente se considerarmos que a recomendação da Organização Mundial de
Saúde é de que 60% da energia diária provenha dos carboidratos.
Com isso em mente, o fator realmente preocupante, de acordo com a pesquisa, é a
alta ingestão de gordura e fontes de proteína animais e a baixa ingestão de vegetais
e frutas – restrições comuns a várias modalidades dessa dieta.
Em contrapartida, uma alimentação low carb onde o consumo de gordura era
equilibrado e complementado pela ingestão de proteínas de origem vegetal,
observou-se melhor expectativa de vida.
Portanto, a conclusão do estudo é relativa e não necessariamente significa que as
dietas low carb devam ser condenadas.
AFINAL, LOW CARB FAZ MAL?
O estudo também não considerou os potenciais benefícios das dietas low carb a
curto e longo prazo.
Quando feita sob acompanhamento de um especialista, essa alimentação, que
preza por comidas de baixo índice glicêmico, ajuda a prevenir a diabetes tipo 2 e é
uma eficaz estratégia para o emagrecimento saudável. Também é importante ter em
mente que dificilmente essa alimentação será vitalícia, isto é, vai ser seguida a vida
inteira.
Conforme nossos hábitos, objetivos e necessidades mudam, nossa alimentação
muda junto. O crucial é não seguir qualquer plano alimentar por modismo ou sem a
orientação de um profissional.
Apenas ele consegue avaliar se a dieta vale a pena, de que forma ela deve ser feita
e por quanto tempo.
Assim, se você segue ou pensa em seguir uma dieta low carb, não se preocupe! Ela
não é prejudicial à sua saúde, contanto que seja apoiada por um profissional de
Nutrição.
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